Desvendando o Feedback: Descubra estratégias e desenvolva habilidades para fornecer e receber feedback de forma transformadora.

Na jornada do desenvolvimento, o feedback se destaca como peça-chave. Mas o conceito de receber ou dar feedback, desperta em grande parte das pessoas emoções desconfortáveis.

Se você busca lidar com isso de outra forma, entender e se aperfeiçoar nessa importante ferramenta de aprimoramento contínuo, este guia é essencial. Descubra estratégias práticas para implementar feedback eficaz.

Durante a leitura deste artigo, você vai descobrir:

  • O que é feedback
  • Tipos de feedback
  • Estratégias para fazer feedback eficaz
  • Porque o feedback é importante
  • Habilidades necessárias para receber feedback construtivo
  • Como desenvolver uma mentalidade de crescimento

Está pronto para mudar seu olhar em relação ao feedback? Siga com a leitura e descubra como implementar técnicas práticas para impulsionar o seu crescimento e de sua equipe.

Desvendando o Feedback de forma estratégica

A palavra “feedback” tem origem no inglês e é formada pela combinação de duas palavras: “feed” (alimentar) e “back” (de volta). O termo surgiu no contexto da engenharia e teoria de controle cibernético no século XX.

Foi inicialmente utilizado para descrever o processo pelo qual uma porção da saída de um sistema é alimentada de volta para a entrada, a fim de regular ou ajustar o sistema.

Logo a utilização do termo “feedback” se expandiu para outros campos, como psicologia, educação, negócios e comunicação, para descrever o processo de fornecer informações sobre o desempenho ou resultados, visando aprimoramento e ajustes.

Assim, a palavra “feedback” tornou-se um conceito fundamental em diversas áreas, representando a noção de uma resposta ou retorno que influencia o comportamento ou o funcionamento de um sistema.

No contexto organizacional, o feedback refere-se ao processo de comunicação que envolve a troca de informações sobre o desempenho dos colaboradores, equipes ou da própria organização como um todo.

Essa prática tem como objetivo proporcionar insights construtivos para impulsionar o desenvolvimento, promover a compreensão, corrigir comportamentos, reconhecer conquistas e melhorar o desempenho geral e ajustar.

O feedback organizacional pode ocorrer em diversas direções, incluindo de líder para colaborador, entre colegas de equipe e de colaboradores para líderes.

Observe que o feedback não é uma simples avaliação, é um catalisador para a evolução. E evoluir não é tarefa fácil, é necessário quebrar resistência e pode ser mais desafiador do que se imagina mas ainda assim, vale a pena.

Tipos de feedback

Basicamente temos dois tipos de feedback: o corretivo e o positivo que se diferem principalmente na orientação das informações fornecidas e no impacto emocional que podem causar.

O feedback corretivo tem por objetivo, como o próprio nome diz, corrigir, não punir. A ideia é focar em áreas de melhoria, apontando erros, lacunas ou comportamentos indesejados.

Ao identificar as falhas, o feedback corretivo ajuda o colaborador a ajustar seu desempenho ou comportamento, funcionando com um guia para a correção da rota.

É válido ressaltar que o feedback corretivo pode ter impacto emocional mais desafiador, especialmente se não for entregue de maneira construtiva, podendo levar à frustração ou desmotivação. Porém, quando bem gerenciado, pode impulsionar o aprendizado e o crescimento.

Segundo uma pesquisa da Harvard Business Review, 57% dos entrevistados preferem o feedback corretivo contra apenas 43% que preferem elogio/reconhecimento. E quando questionados sobre o que foi mais útil em suas carreiras, 72% disseram que seu desempenho melhoraria se seus gestores fornecessem feedback corretivo.

Surpreso?

Apesar de (talvez) abalar o nosso ego, ter um direcionamento dos pontos a serem melhorados é um verdadeiro presente! É uma oportunidade de melhoria e crescimento, afinal, crescemos mais vencendo os desafios, não é mesmo?

Já o feedback positivo, tem o intuito de elogiar, motivar e impulsionar.

Ele é feito com ênfase nas realizações, destacando o que foi bem-feito e reconhecendo os esforços positivos. Acaba produzindo um aumento da autoestima e reforço dos comportamentos desejáveis.

O feedback positivo também tem efeito construtivo à medida que identifica os pontos fortes, pode ajudar a pessoa a reconhecer suas habilidades e incentivar o desenvolvimento contínuo.

Segundo os autores Sheila Heen e Douglas Stone, no livro “Obrigado pelo feedback”, que não se trata de como dar e sim de receber bem o feedback, há três tipos principais de feedback, cada um com uma função específica e impacto distinto na pessoa que o recebe:

Feedback Apreciativo:

Este tipo de feedback destaca e reconhece as qualidades positivas, realizações e comportamentos bem-sucedidos de uma pessoa. Exemplo: “Quero parabenizá-lo pela maneira como lidou com a situação de conflito na reunião. Sua calma e habilidade de comunicação foram notáveis.”

Feedback Avaliativo:

Focado na avaliação do desempenho, o feedback avaliativo aborda pontos fortes e áreas de melhoria, muitas vezes vinculado a critérios específicos. Exemplo: “Sua apresentação foi sólida, mas acredito que incluir dados estatísticos poderia fortalecer ainda mais seus argumentos.”

Feedback de Coaching:

Direcionado para o desenvolvimento e crescimento contínuo, o feedback de coaching visa oferecer orientações específicas para aprimoramento. Exemplo: “Percebi que em situações de liderança, você poderia considerar uma abordagem mais colaborativa. Treinamentos nessa área podem ser benéficos.”

Esses três tipos de feedback abordam diferentes aspectos do desempenho e do comportamento, atendendo a propósitos distintos. O feedback apreciativo reconhece e motiva, o feedback avaliativo fornece uma análise crítica e construtiva, enquanto o feedback de coaching orienta para o crescimento futuro.

Os autores destacam a importância de entender o propósito subjacente do feedback e reconhecer que uma mensagem pode conter elementos de mais de um tipo.

Ao compreender essas nuances, os receptores de feedback podem interpretar as mensagens de maneira mais eficaz e utilizar as informações para impulsionar o desenvolvimento pessoal e profissional.

Por que então temos tanta dificuldade com os feedbacks?

A explicação pode ser uma combinação de fatores psicológicos, sociais e culturais. Algumas razões comuns incluem:

  1. Aversão à crítica

Muitas pessoas associam o feedback negativo como uma falha pessoal.

  1. Falta de habilidade na comunicação

A inadequação na entrega do feedback ou a interpretação equivocada das mensagens podem levar a mal-entendidos e conflitos.

  1. Autoconceito frágil

A crítica pode ser percebida como uma ameaça à sua identidade, resultando em resistência ou negação.

  1. Falta de exemplos positivos

Se as pessoas não testemunham exemplos de feedback bem administrados, podem não ter referências para seguir.

  1. Foco no erro e não na melhoria

A cultura que enfatiza punição em vez de aprendizado pode fazer com que os feedbacks sejam percebidos como correções punitivas em vez de oportunidades para crescimento e desenvolvimento.

Repare que a solução está relacionada ao desenvolvimento da inteligência emocional dos gestores e colaboradores.

Feedback como ferramenta estratégica

Além dos motivos mencionados anteriormente, a falta de uma cultura organizacional que valorize a comunicação aberta e construtiva pode representar um grande obstáculo ao processo de feedback.

Em empresas onde essa cultura não está presente, os colaboradores podem hesitar em fornecer ou receber feedback, tornando o processo menos eficaz.

A criação de uma cultura que incentiva a troca aberta de informações e reconhece a importância do feedback pode ser fundamental para superar essa barreira e promover um ambiente de desenvolvimento e aprimoramento contínuo.

Para demonstrar o qual o feedback é uma ferramenta estratégica, vejamos alguns dados de uma pesquisa feita pela Officevibe:

  • a maioria dos gestores não gosta de dar feedback

 

  • 83% dos funcionários gostam muito de receber, seja ele positivo ou negativo

 

  • 32% dos colaboradores têm que esperar mais de 3 meses para obter feedback do seu gestor

 

  • 96% dos funcionários disseram que receber feedback regularmente é uma coisa boa

 

  • 83% dos funcionários acham que é melhor elogiar alguém do que dar um presente

 

  • 62% dos funcionários gostariam de receber mais feedback dos colegas

 

Observe que os resultados são insights extraordinários e uma ótima oportunidade aos gestores de desenvolverem a cultura de feedback, possibilitando ao colaborador uma oportunidade de crescimento e melhoria.

A pesquisa reflete que devemos investir em inteligência emocional e quebrar as objeções em dar e receber feedbacks.

Quanto à periodicidade, o ideal é não esperar muito para corrigir ou elogiar algo.

No caso de um feedback construtivo, esperar a reunião anual pode ser tarde demais. Evite prejuízos financeiros e desgastes emocionais.

Investir em reuniões individuais mensais, sessões de planejamento semanais e reuniões diárias de check-in são maneiras de fornecer feedback mais regular.

Conforme demonstrado na pesquisa, é positivo receber feedback aberto e honesto dos colegas de trabalho, porque eles entendem do dia a dia melhor do que a maioria dos gerentes, portanto, incentive a todos a dar mais feedback.

 

Estratégias para Fornecer Feedback Eficaz

Confira agora estratégias complementares para estruturar e comunicar o feedback de maneira mais prática e construtiva:

  1. Seja Específico:

Aborde comportamentos ou ações específicas, evitando generalizações. Forneça exemplos reais para ilustrar seus pontos, o que facilita a compreensão e a aplicação das sugestões.

  1. Use uma Abordagem Balanceada:

Combine aspectos positivos com áreas de melhoria. Destaque conquistas e contribuições, demonstrando que o feedback não é apenas corretivo, mas também reconhece esforços e realizações.

  1. Foco no comportamento, não na personalidade:

Concentre-se em observações objetivas sobre comportamentos observados, evitando julgamentos sobre a personalidade. Isso ajuda a manter uma atmosfera construtiva e minimiza reações defensivas.

  1. Mantenha uma linguagem construtiva:

Utilize uma linguagem positiva e construtiva ao comunicar feedback. Enfatize oportunidades de aprendizado e crescimento, incentivando uma abordagem proativa para a melhoria.

  1. Ofereça soluções e sugestões:

Além de identificar áreas de melhoria, proponha soluções e sugira maneiras específicas de superar desafios. Isso orienta o colaborador a encontrar maneiras práticas de aplicar o feedback.

  1. Escuta ativa:

Antes de oferecer feedback, ouça atentamente a perspectiva da outra pessoa. Demonstrar empatia e compreensão cria um ambiente de diálogo aberto e facilita a aceitação do feedback.

  1. Escolha o momento e local adequado:

Seja sensível ao escolher o momento e local para fornecer feedback. Evite fazer críticas em situações de alta pressão ou quando a pessoa estiver emocionalmente abalada e em locais públicos.

  1. Estabeleça objetivos claros:

Ao fornecer feedback, estabeleça metas claras e mensuráveis para o desenvolvimento. Isso ajuda a criar um plano de ação específico e direcionado. Demonstre empatia, pergunte se a pessoa entendeu com clareza o que quis dizer.

  1. Incentive o diálogo:

Promova a comunicação bidirecional. Incentive a pessoa a compartilhar suas perspectivas e ideias sobre o feedback, criando um ambiente de colaboração e aprendizado mútuo.

  1. Empatia e personalização:

Tenha em mente que cada pessoa é única, adeque sua comunicação conforme o perfil do receptor de forma a maximizar a eficácia do feedback. O objetivo é criar um ambiente que promova o desenvolvimento.

Recebendo Feedback de Forma Construtiva

Receber feedback de maneira positiva requer uma combinação de atitudes e habilidades que está intrinsecamente relacionado ao investimento na inteligência emocional.

Observamos que pessoas com autoconsciência, certo grau de resiliência, que praticam a escuta ativa, apresentam foco nas oportunidades de melhorias além de abertura e disposição genuína a diferentes perspectivas, são propensas a receberem um feedback de maneira mais construtiva.

Ok, você não precisa ter esse combo perfeito. Longe disso, mas esteja atento que tanto a inteligência emocional quanto essas atitudes são possíveis de serem desenvolvidas e aperfeiçoadas.

Muitas vezes damos ênfase na inteligência intelectual e nas habilidades técnicas, nos capacitando para cursos técnicos e profissionalizantes e negligenciamos o desenvolvimento das soft skills.

As soft skills, também conhecidas como habilidades interpessoais, desempenham um papel fundamental na maneira como os colaboradores recebem, interpretam e respondem ao feedback. Essas habilidades interpessoais influenciam diretamente a eficácia do processo de feedback.

Ao investir na inteligência emocional, se fortalece as bases emocionais que sustentam as atitudes e habilidades necessárias para receber feedback de maneira positiva. Fortaleça a sua resiliência e da sua equipe e converta o feedback em oportunidades de crescimento.

Mentalidade de Crescimento

Conforme vimos, receber críticas pode ser uma oportunidade valiosa para impulsionar a melhoria contínua, tanto no âmbito profissional quanto pessoal. Uma abordagem eficaz para transformar críticas em um impulso construtivo envolve uma atitude proativa e reflexiva.

Ao receber críticas, é crucial cultivar uma mentalidade de crescimento, conforme defendido por Carol Dweck, psicóloga renomada e autora do livro “Mindset: A nova psicologia do sucesso”, onde ela discute a diferença entre a mentalidade de crescimento e a mentalidade fixa. O que se propõe é enxergar nos desafios e feedbacks oportunidades de aprendizado, em vez de ameaças à autoestima.

Adote você e sua equipe uma mentalidade de crescimento ao receberem feedback.  Use essa estratégica ferramenta a seu favor e transforme críticas em impulso para a melhoria contínua.

 E você?

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