Inteligência emocional na liderança: 5 habilidades fundamentais

Responda rápido: todo chefe é líder e todo líder é um chefe?

Bem, talvez tenha dado um nó aí na sua cabeça, mas a verdade é que nem todo chefe é líder e nem todo líder é chefe.

Ambos estão relacionados à autoridade mas se distinguem em ações e valores.

O chefe exerce sua função dentro de uma hierarquia de poder. Ele possui maior conhecimento técnico. Seu foco é cumprir metas e garantir que seus subordinados cumpram suas obrigações. Ele é mais preocupado com números do que com o bem-estar das pessoas.

O chefe normalmente é uma figura autoritária, acredita que seu conhecimento técnico é mais que suficiente e tem uma relação nada envolvente com seus subordinados, que pode ser resumida em “eu mando, vocês obedecem”.

Já o líder… bem, o líder é o que devemos ser.

Continue a leitura deste artigo e:

  • Descubra o que é ser líder
  • Compreenda as 5 habilidades imprescindíveis para um líder
  • Entenda desenvolver inteligência emocional
  • Modele um plano de ação e torne-se um grande líder

O que é ser líder

Ser líder é ocupar uma posição de autoridade com a capacidade de influenciar e envolver as pessoas que estão ao seu redor, gerando comprometimento delas. O líder inspira o trabalho em equipe. Ele desenvolve seguidores.

Muitas pessoas nascem com essas características, procure aí na sua memória.

Sempre há um garotinho ou uma garotinha que toma a iniciativa para propor uma brincadeira, que envolve os demais e expressa seus desejos e vontades de maneira assertiva.

Mas os líderes não nascem prontos, são necessárias habilidades a serem desenvolvidas e aperfeiçoadas. E estas não se resumem apenas às competências técnicas. Os estudos mostram que líderes se destacam principalmente pela inteligência emocional.

Essas habilidades emocionais na liderança referem-se à capacidade de reconhecer, compreender e gerenciar as próprias emoções e as emoções dos outros.

 

Diferentes situações vão exigir combinações de habilidades e tipos diferentes de liderança, porque um líder se relaciona com pessoas e pessoas compreendem necessidades e desejos diferentes.

 

Poder da Inteligência Emocional: As 5 Habilidades que Todo Líder Deve Ter!

 

Segundo o psicólogo Daniel Goleman, no artigo “o que define um líder” publicado pela Harvard Business Review: “a inteligência emocional, é a condição sine qua non de liderança. Sem ela, a pessoa pode ter a melhor formação do mundo, uma mente analítica e incisiva e um arcabouço infinito de ideias brilhantes, mas ainda assim não se tornará um grande líder”.

 

Ou seja, a inteligência emocional é quesito indispensável para o desenvolvimento de um líder excepcional.

 

Dessa forma, a liderança é educacional, sendo a médio e longo prazo. Exige preparação, não apenas na formação de habilidades cognitivas, mas principalmente em habilidades essenciais para o sucesso do trabalho, contempladas na inteligência emocional.

Descubra a seguir quais são as 5 habilidades defendidas por Goleman que todo grande líder apresenta:

–      Autoconhecimento

O autoconhecimento envolve a capacidade de reconhecer e compreender as próprias emoções, motivações, pontos fortes e áreas de desenvolvimento.

Esse componente permite ao indivíduo ter uma visão clara de si mesmo, sabendo aonde quer chegar e o porquê, entendendo como suas emoções influenciam seu comportamento e tomada de decisão mais conscientes.

Observamos, por exemplo, durante as avaliações de desempenho, quando os colaboradores com certo nível de autoconhecimento são sinceros e falam de suas limitações sem se sentirem ameaçados ou fracassados.

Ou mesmo quando uma pessoa recusa uma oferta de trabalho financeiramente tentadora mas dissonante dos seus valores, embasada em seu autoconhecimento.

–      Autocontrole

Imagine-se na seguinte situação: Você precisa fazer uma apresentação para a diretoria e percebe que o material contém erros grotescos, o qual havia solicitado à sua equipe verificar. O constrangimento ganha força e te consome. O seu desejo é esmurrar, gritar ou sumir.

 

Mas e aí? Diante de uma situação como essa, que põe à prova seu autocontrole, como você reage?

 

O autocontrole é percebido na capacidade de dizer não aos impulsos, no agir após refletir e ponderar, na tranquilidade diante de situações ambíguas.

 

Nós não controlamos nossas emoções, mas é possível administrar nossas ações.

Quando algo não sai como esperado, o autocontrole se associa à motivação e desta forma, pessoas motivadas conseguem superar a frustração de um fracasso, com otimismo, enxergando oportunidades e aprendizados.  

 

–      Motivação

Goleman defende que a motivação pode ser cultivada através de uma liderança emocionalmente inteligente, que compreende as emoções individuais, estabelece metas desafiadoras, reconhece o esforço e promove o desenvolvimento pessoal.

 

Entender as necessidades emocionais individuais é o caminho para encontrar o que motiva cada uma, afinal uma pessoa pode se estimular por fatores externos, como salário, e outras por resultados, pela conquista em si da realização.

 

Um líder motivado não apenas conduz, mas também contagia a equipe com entusiasmo e um senso de propósito. Ele pode, por exemplo, incentivar os membros da equipe a estabelecerem metas pessoais alinhadas com os objetivos da organização.

 

Assim, um colaborador que busca melhorar suas habilidades de comunicação pode contribuir significativamente para uma equipe que valoriza a eficácia na comunicação interna.

 

O reconhecimento é uma outra poderosa ferramenta motivacional. Goleman ressalta que reconhecer os esforços e conquistas, seja através de elogios, feedback positivo ou recompensas, pode aumentar significativamente a motivação.

 

Por exemplo, reconhecer publicamente um esforço extra em um projeto pode impulsionar a motivação da equipe. O reforço positivo cria um ambiente que valoriza o trabalho e incentiva o engajamento.

 

Ao implementar essas estratégias, você como líder, pode criar ambientes de trabalho motivadores que incentivam o comprometimento e a excelência.

 

–      Empatia

Vamos a um exemplo clássico de falta de empatia: Você é o técnico. É uma partida decisiva. Seu time está dando o seu melhor, mas ainda assim não é o suficiente e perde.  Perde-se um título, adia-se um sonho.

 

Você vira as costas e sai, deixando sua equipe e toda uma nação aos prantos. 

 

Essa cena se repete em maior ou menor escala com suas devidas adaptações, quando por exemplo um colaborador aparenta estar com algum problema pessoal e é ignorado pelo seu gestor ou é um momento de reestruturação e algumas pessoas serão dispensadas e o clima de incerteza  e ansiedade se sobressaem.

 

O líder precisa sentir e entender os pontos de vista dos demais. Ter um canal de comunicação aberto e olhar atento aos sentimentos dos colaboradores para a tomada de decisões inteligente.

 

Seth Godin, autor do best-seller “Tribos: nós precisamos que vocês nos liderem” diz: “estimule a tribo para compartilhar os objetivos. Dê ferramentas à sua tribo para comunicar-se efetivamente, tanto internamente quanto externamente”.

 

Maquiavel, em O Príncipe, também afirmou que o maior erro de um líder é se afastar dos seus liderados. E apesar da obra polêmica, devo concordar que se distanciar de sua equipe é realmente “dar um tiro no pé”.

 

Só é possível perceber qualquer mudança de comportamento de algum membro da sua equipe estando por perto e atento. E acontecendo isso, procure abordar a situação com empatia.

 

Adote práticas como: chamar para uma conversa, oferecer apoio e compreensão, ajustar prazos e distribuir responsabilidades temporariamente, aliviando a carga de quem precisa enquanto enfrenta um período mais difícil.

 

Essa cultura empática não resulta apenas em um ou outro colaborador mais motivado e produtivo, mas também em uma equipe mais unida e resiliente.

 

–      Destreza Social

A destreza social ou habilidade social é tida como a cordialidade com propósito, é saber conduzir as pessoas na direção que você deseja.

 

Imagine-se liderando uma equipe em meio a uma reestruturação significativa na empresa. A mudança era necessária para manter a competitividade no mercado, mas encontrou resistência considerável entre os colaboradores.

 

O que você faz?

 

Além de gerir a transição organizacional, é necessário administrar também as emoções e preocupações individuais de sua equipe.

 

Uma possibilidade é propor reuniões e encontros para ouvir as demandas e também apresentar as razões para as mudanças e objetivos estratégicos da empresa.

 

Ao invés de impor decisões, envolver a equipe no desenvolvimento de soluções. Reconhecer as contribuições individuais, demonstrando cordialidade com propósito ao valorizar as perspectivas de cada membro da equipe.

 

Desta forma, ao administrar relacionamentos e demonstrar empatia contribuiu para a aceitação das mudanças.

 

É possível desenvolver inteligência emocional?

 

Diversos estudos científicos e pesquisas no campo da psicologia e neurociência indicam que as habilidades relacionadas à inteligência emocional podem ser aprimoradas com esforço consciente e prática contínua.

 

Graças à neuroplasticidade o cérebro humano possui a capacidade de se reorganizar e formar novas conexões neurais ao longo do tempo. Isso significa que, mesmo na idade adulta, é possível criar novos padrões de pensamento e comportamento, incluindo aqueles relacionados à inteligência emocional.

 

Há programas de treinamento e intervenções educacionais específicas para  promover o desenvolvimento da inteligência emocional. Esses programas geralmente incluem atividades práticas, exercícios de reflexão e feedback para ajudar as pessoas a melhor compreenderem e gerenciarem suas emoções.

 

A prática regular de mindfulness e meditação, por exemplo, pode aumentar a consciência emocional, melhorar o controle sobre as reações emocionais e promover uma maior empatia.

 

Outra estratégia é receber feedback construtivo e realizar uma autoavaliação honesta. Essas práticas ajudam a identificar áreas de melhoria e incentivam ajustes comportamentais.

 

Além disso, é preciso investir em autoconhecimento. Há já validado pela ciência testes de personalidade baseados no BIG FIVE. Conhecer mais sobre os grandes traços e buscar o desenvolvimento pessoal e profissional com o objetivo de promover mudanças comportamentais eficazes faz toda a diferença em seus resultados, independente da área.

 

É válido ainda lembrar que todos nós nascemos com habilidades da inteligência emocional em diferentes níveis. Para desenvolvê-la é um processo, que não ocorre em uma imersão de final de semana ou com a leitura de um livro. Esses são passos da jornada.

 

Como tudo que é relevante, precisa de dedicação, tempo e prática.

 

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